A caixinha de Frida

Autores

  • Larissa dos Santos Aguiar Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.64872/repb.v1i1.10

Palavras-chave:

psicanálise, neurose obsessiva, escuta clínica, desejo, ego

Resumo

A partir de escutas clínicas orientadas pela psicanálise, este trabalho apresenta o caso de Frida, pseudônimo de uma paciente atendida ao longo de 30 sessões individuais realizadas entre agosto de 2022 e setembro de 2023. Fundamentado em conceitos de Freud, Lacan, Winnicott, Melanie Klein, Nasio entre outros, o estudo busca compreender os mecanismos psíquicos envolvidos na constituição subjetiva da paciente, atravessada por traumas infantis, repressões e idealizações marcadas por exigências morais e religiosas. Frida é analisada a partir de sua posição de sujeito frente ao desejo do Outro, à repetição do modelo materno e à dinâmica de um relacionamento marcado por dependência emocional, violência simbólica e abandono. A análise revela uma estrutura de neurose obsessiva, evidenciada pela rigidez comportamental, sensação constante de culpa, compulsões afetivas e dificuldade de ruptura com o ciclo de sofrimento. A clínica evidencia a importância da fala como instrumento de elaboração, permitindo que conteúdos recalcados encontrem simbolização e ressignificação. Observa-se, ao longo das sessões, um movimento de deslocamento das identificações imaginárias e fortalecimento progressivo do ego, ainda em processo. Este trabalho evidencia a função ética da escuta psicanalítica na construção de espaços subjetivos que sustentem o desejo e a autonomia do sujeito.

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Publicado

2025-07-18

Como Citar

Aguiar, L. dos S. (2025). A caixinha de Frida. Revista Da Escola De Psicanálise De Brasília, 1(1), 1–17. https://doi.org/10.64872/repb.v1i1.10

Edição

Seção

Artigos